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Wednesday, August 28, 2013

Espertirina Martins (2013)



http://www.anarquista.net/espertirina-martins/

Natural de Lajeado, RS, Espertirina era a mais jovem das irmãs Martins, nascida em 1902. Junto com as irmãs Eulina, Dulcina e Virgínia, os irmãos Nino, Henrique (que mudaria seu nome para Cecílio Villar) e Armando, os cunhados Djalma Fetterman e Zenon de Almeida, participa da militância operária e anarquista. Foi aluna da Escola Moderna de Malvina Tavares, onde estudava também seu futuro marido Artur Fabião Carneiro.

Com apenas quinze anos, em 1917, carregava a bomba com que Djalma Fettermann enfrentou a carga de cavalaria da Brigada Militar na batalha campal travada na Várzea, hoje avenida João Pessoa, entre anarquistas e brigadianos, em janeiro deste ano. O confronto se deu durante o enterro de um trabalhador assassinado pela repressão. Espertirina levava essa bomba disfarçada dentro de um buquê de flores… Meses depois, em julho, estouraria a greve geral que ficaria conhecida como “A Guerra dos Braços Cruzados”, que pararia Porto Alegre e outras cidades do estado, e da qual Espertirina e sua família participaram ativamente.

Segundo relata seu sobrinho Marat Martins: “Morou com a irmã Eulina, esposa de Zenon de Almeida, em Rio Grande, onde participou de comícios, manifestações e passeatas, inclusive de um encontro sangrento com as forças da repressão. Teve o curso primário completo, estudou violino, escrevia e era oradora ardente. Com Zenon, no prelo portátil, imprimia os panfletos e jornais revolucionários, distribuindo-os nas fábricas e bairros operários. De novo em Porto Alegre, já moça feita, tornou-se uma feminista convicta . Em 1925 foi residir com Eulina e Zenon em Campos (RJ), ligando-se novamente aos grupos anarquistas, quando promoveu reuniões e pronunciou conferências”.

“Com a irmã Dulcina, que se havia casado com Djalma Fetterman, foi residir no Rio, na Ilha do Governador, Praia da Bandeira, aí casando-se com Fabião Carneiro, o qual logo a seguir foi trabalhar em uma empresa de publicidade Eclética, em São Paulo. Nesta cidade ambos ligaram-se a Edgar Leuentoth, junto a quem prosseguiram nas atividades revolucionárias, até voltarem para Porto Alegre. Aqui. Espertirina veio a falecer em 22 de dezembro de 1942, em virtude das complicações de um parto prematuro e apendicite. Faleceu antes de completar quarenta anos, fiel a suas posições revolucionárias.

Fonte: Os anarquistas do Rio Grande do Sul – João Batista Marçal

As condições de trabalho no início do século passado eram as piores possíveis. As fábricas não tinham janelas, os trabalhadores trabalhavam mais de 14 horas por dia, em 6 dias da semana, os salários eram miseráveis. Aconteciam muitos acidentes de trabalho, mas não havia indenização. Não existia o direito à aposentadoria. Grande parte da força de trabalho era constituída por crianças de cinco ou menos anos de idade. As crianças eram freqüentemente espancadas por seus “patrões”. Em 1920, metade dos trabalhadores das fábricas de tecidos do país eram mulheres e crianças com menos de 14 anos de idade. Grande parte dos trabalhadores eram imigrantes vindos da Europa, em especial da Itália.

O ano de 1917 foi tomado por grandes greves em todo o país. A vida estava cara demais, a fome era grande mesmo entre os que trabalhavam, as condições de trabalho eram péssimas, e a exploração do trabalho infantil e feminino começaram a revoltar os operários.

Os operários, organizados em seus sindicatos, fizeram então uma pauta de reivindicações para lutar até conquistar seus direitos. Nela, exigiam: medidas para diminuição dos preços dos alimentos e artigos de primeira necessidade, da água, aluguel e bondes; aumento dos salários, jornada de 8 horas de trabalho e de 6 horas para mulheres, e proibição do trabalho infantil.

No ano de 1917 a vida urbana foi completamente alterada. Participaram da greve pedreiros, padeiros, trapicheiros e estivadores, trabalhadores da Cia Força e Luz, operários das fábricas de tecidos, carroceiros, caixeiros, choferes, tipógrafos, entre outros. Começava a Guerra dos Braços Cruzados, que levou este nome por ter sido realmente uma guerra do povo contra as elites para conquistar seus direitos. Ocorriam piquetes, manifestações, apedrejamentos, barricadas, motins e ocupações de fábricas todos os dias.

Nesta luta toda, em Porto Alegre a brigada matou um operário. Os operários, em greve, organizam então o enterro do colega assassinado, que era também um protesto por sua morte. Milhares de operários, homens, mulheres e crianças acompanharam o enterro em procissão pela Avenida. Na frente estava Espertirina Martins carregando um buquê de flores. Ao lado contrário da avenida, vinha a carga de cavalaria da Brigada Militar para reprimir a procissão dos operários. Quando os dois grupos se encontraram, Espertirina com seu buquê de flores se aproximou dos brigadianos, que estavam prontos para atacar, e jogou seu buquê no meio dos brigadianos. O buque explodiu, matando metade da tropa e assustando os cavalos. Começou então uma verdadeira batalha campal, que graças ao preparo dos operários, saíram em vantagem.

Espertirina Martins (1902-1942) pertencia a uma família de militantes anarquistas, lutadores, que tiveram muita importância nas lutas operárias daquela época.

Graças a toda a batalha, foram conquistadas as 8 horas de trabalho, o fim do trabalho infantil, a aposentadoria, a licença-maternidade, o direito à assistência médica e a indenização no caso de acidente de trabalho.

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